A Índia tem a terceira maior população muçulmana do mundo, representando cerca de 14,2% da população total do país, ou cerca de 172 milhões de pessoas, de acordo com o censo de 2011. A maioria dos muçulmanos indianos são sunitas, com apenas 15% sendo xiitas. A disseminação do islamismo na Índia pode ser rastreada até as rotas comerciais da Costa Arábica, quando comerciantes árabes começaram a estabelecer laços comerciais em Gujarat e na Costa do Malabar. Com o tempo, o islamismo se tornou não apenas uma crença religiosa, mas também se integrou profundamente à estrutura cultural e social da Índia.
Contexto históricoSegundo a tradição, o islamismo foi trazido pela primeira vez à Índia por volta de 630 d.C. por marinheiros árabes que vinham para negociar.
A maioria dos muçulmanos da Índia vem de grupos étnicos do sul da Ásia. No entanto, uma minoria de muçulmanos indianos pode rastrear seu fluxo genético do Oriente Médio e da Ásia Central. O número extremamente pequeno desses genes sugere que a estrutura social desses muçulmanos é influenciada pelo sistema de castas. Entre eles, aqueles chamados Ashraf eram considerados como tendo um status mais elevado e eram de ascendência árabe estrangeira, enquanto os Ajraf eram considerados convertidos do hinduísmo e tinham um status mais baixo.
A população muçulmana é geneticamente relacionada às populações locais não muçulmanas, com apenas evidências mínimas de fluxo genético externo.
As relações comerciais entre a Arábia e o subcontinente indiano existem desde os tempos antigos. Antes do advento do islamismo, comerciantes árabes visitavam regularmente a costa ocidental da Índia. Em 741 d.C., a disseminação do islamismo atraiu muitos povos indígenas, especialmente na região de Malabar, no sul da Índia.
Interação Árabe-IndianaMissionários muçulmanos ao longo da costa de Malabar ajudaram a converter o rei local durante o século IX, ilustrando a rápida disseminação do islamismo na região.
As trocas entre comerciantes árabes e indianos remontam ao início do islamismo e até mesmo antes disso. Segundo alguns estudiosos, os comerciantes árabes não apenas trouxeram mercadorias, mas também introduziram o sistema de cálculo indiano no Oriente Médio e na Europa. Além disso, a tradução de muitos livros em sânscrito também foi realizada por estudiosos árabes a partir do século VIII.
História Política do IslãMuhammad ibn Qasim foi o primeiro general muçulmano a invadir o subcontinente indiano, uma ação que marcou a expansão do islamismo na região. Nos séculos seguintes, diferentes dinastias muçulmanas, como as dinastias Ghazina e Ghurid, surgiram para influenciar as planícies do norte da Índia, enquanto o Sultanato de Délhi unificou com sucesso o norte da Índia, integrando muitas culturas locais com a integração cultural islâmica.
O estabelecimento do Sultanato de Délhi marcou a profunda integração da civilização indiana e da civilização islâmica, e lançou as bases para a subsequente ascensão do Império Mughal.
Muitos revolucionários, poetas e escritores muçulmanos desempenharam um papel importante no movimento de independência da Índia. A participação deles não apenas refletiu sua insatisfação com o governo britânico, mas também demonstrou o espírito de resistência comum entre diferentes religiões e grupos étnicos. Figuras famosas como Mahmood Hassan e Abul Kalam Azad participaram ativamente disto.
Após o fim do movimento de independência da Índia em 1947, a Índia Britânica foi dividida entre a atual Índia e o Paquistão, um evento histórico que desencadeou deslocamentos e choques em larga escala. Essa divisão ainda afeta as relações entre os dois países hoje, criando uma hostilidade irreconciliável.
Ao olharmos para a história e as origens dos muçulmanos indianos, deveríamos considerar o significado mais profundo por trás da fusão de cultura e religião e refletir sobre o impacto desse passado na sociedade atual?