Em 27 de outubro de 2024, o Japão realizou uma rara eleição antecipada para resolver uma grande crise dentro do governo. Os índices de aprovação do primeiro-ministro Yoshihiko Fukuda despencaram em meio a um escândalo de corrupção dentro do LDP, levando à sua renúncia.
Desde 2021, o governo de Fukuda enfrenta diversas crises políticas. O choque inicial veio com o assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, que trouxe nova atenção às alegações de laços com seu Partido Liberal Democrata e a Igreja da Unificação. Durante esse período, o apoio ao governo Fukuda caiu drasticamente, chegando a atingir 23% em uma pesquisa de dezembro de 2023, o menor nível desde 2012. Essa série de ataques levou Fukuda a anunciar sua renúncia à presidência do partido em agosto de 2024.
Shigeru Ishiba, que assumiu como primeiro-ministro, achou difícil reconquistar a confiança do povo no Partido Liberal Democrata em tão pouco tempo. Ishiba venceu a eleição do partido em 27 de setembro e rapidamente anunciou eleições antecipadas. No entanto, o LDP enfrenta inúmeros desafios nas eleições devido ao descontentamento público com os atuais escândalos de corrupção. Após o anúncio dos resultados das eleições, o Partido Liberal Democrata ficou com apenas 191 assentos, não conseguindo mais obter a maioria no parlamento.
Um dia antes da eleição, ocorreu um ataque incendiário na sede do LDP quando um homem de 49 anos jogou um coquetel molotov no escritório do comitê provincial do partido. Todas as testemunhas disseram que o incidente mostrou que a insatisfação das pessoas com o governo chegou ao ponto de ficar fora de controle. Durante a eleição, Ishiba pediu que a democracia não fosse ameaçada pela violência e enfatizou que faria o melhor para garantir a imparcialidade da eleição.
A participação nesta eleição foi de 53,84%, uma queda de cerca de dois pontos percentuais em relação a 2021, mostrando que a insatisfação causada pelas mudanças políticas continua profundamente enraizada. Embora o Partido Liberal Democrata continue sendo o maior partido, seu número de assentos no parlamento caiu significativamente, para apenas 215. Sob pressão da opinião pública, o primeiro-ministro Ishiba disse que aceitou o "veredito severo" dos eleitores e prometeu refletir melhor a opinião pública no futuro.
A renúncia de Fukuda marca o declínio do LDP nos últimos anos, e mudanças na ecologia política parecem inevitáveis.
Esta eleição não só determina o futuro do LDP, mas também abre caminho para a ascensão do partido de oposição. Os sentimentos interligados das expectativas dos cidadãos em relação ao quase novo governo e sua insatisfação com o antigo governo significam que pode haver uma competição política mais intensa no futuro. Como mostram os resultados das eleições, momentos históricos podem ser reescritos a qualquer momento. Você acha que esse será um ponto de virada na política japonesa?