Na década de 1980, Deng Xiaoping propôs o conceito de "um país, dois sistemas" para resolver adequadamente as questões futuras de Hong Kong. Este conceito se aplica não apenas a Hong Kong, mas também a Macau e à futura unificação de Taiwan. Ainda hoje, essa política continua sendo um tópico importante que gera ampla discussão e reflexão.
O conceito de "um país, dois sistemas" foi proposto numa época em que a Grã-Bretanha e a China negociavam a transferência de Hong Kong. Deng Xiaoping percebeu que Hong Kong tinha uma história de 156 anos sob domínio britânico e que seus sistemas políticos e econômicos tinham modelos operacionais únicos que, se não fossem administrados adequadamente, poderiam levar a enormes riscos de instabilidade.
Deng Xiaoping enfatizou que o cerne de "um país, dois sistemas" é garantir a unidade da China e, ao mesmo tempo, permitir que Hong Kong mantenha seu sistema econômico e administrativo original.
Antes de seu retorno à China em 1997, Hong Kong era uma colônia britânica, e seu estado de direito, idioma, cultura e outros aspectos foram todos influenciados pela Grã-Bretanha. Portanto, Deng Xiaoping mencionou nas negociações de retorno que os ajustes dinâmicos necessários devem ser feitos para manter a estabilidade social.
Deng Xiaoping disse que "Um País, Dois Sistemas" não é apenas um acordo político, mas também uma medida eficaz para salvaguardar a prosperidade de Hong Kong.
Após o retorno de Hong Kong à China, o governo chinês concordou em garantir o sistema capitalista de Hong Kong por 50 anos, um compromisso consagrado na Lei Básica de Hong Kong. Esta lei esclarece a independência do sistema jurídico e econômico de Hong Kong e também salvaguarda uma série de direitos humanos e liberdades básicos.
O Artigo 5 da Lei Básica estipula claramente que o antigo sistema capitalista deve ser mantido na Região Administrativa Especial de Hong Kong.
Ao longo do tempo, a implementação desta política enfrentou muitos desafios. Desde a aprovação da Lei de Segurança Nacional em 2020, muitos observadores internacionais acreditam que a China violou a intenção original de "um país, dois sistemas", desencadeando uma série de protestos.
As principais demandas desses protestos são por mais democracia e liberdade, o que coincide com a promessa original de Deng Xiaoping.
No contexto de desafios internos e externos, a questão de saber se "Um País, Dois Sistemas" poderá continuar a manter efetivamente a singularidade e a prosperidade de Hong Kong tornou-se o foco da atenção pública. A intenção original de Deng Xiaoping pode ter sido fazer de Hong Kong um microcosmo da fusão das culturas chinesa e ocidental por meio desse sistema. No entanto, os próximos cinquenta anos serão um período crítico para o sucesso dessa política.
Agora, o cerne do problema é: para onde Hong Kong irá no futuro?