Sílvia Portugal

As Teias que a Doença Tece: A Análise das Redes Sociais no Cuidado da Doença Mental

Este artigo pretende mostrar a importância de uma analise das redes sociais para compreender as trajetorias sociais e clinicas das pessoas com doencamental e conhecer as potencialidades e constrangimentos de ditas redes para a prestacao de cuidados num contexto de desinstitucionalizacao da doenca mental. Com base nas historias de vida de vinte pessoas com doenca mental e de sete estudos de caso realizados no interior desse grupo emPortugal, identificam-se os nos e os lacos das suas redes sociais, mapeando-se atores e tipos de apoio disponiveis. O artigo revela a vitalidade e a capacidade de resposta da rede familiar, mas mostra tambem as dificuldades materiais e emocionais enfrentadas, as fragilidades do apoio prestado pela familia e as limitacoes a autonomia e inclusao social das pessoas com doenca mental.

O Associativismo faz bem à saúde? O caso das doenças raras

Resumo Baseado no questionamento “O Mercado faz bem a Saude?” de um trabalho inspirador, este artigo realiza um questionamento semelhante, centrado no associativismo e no campo das doencas raras. Partindo da pesquisa realizada no âmbito do Mestrado em Sociologia da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, este texto coloca em perspectiva as formulacoes criadas para o campo das condicoes geneticas que, majoritariamente, partem de uma visao eurocentrista. Analisa-se o campo das doencas raras, identificando os papeis, as relacoes e as motivacoes dos diferentes atores, nomeadamente, associacoes civis, industria farmaceutica, academia, governo e familias. Da analise sobressai a preponderância do mercado e da producao de medicamentos, identificando-se um modelo de governacao – Modelo Utilitario de Cuidado –, no qual a pessoa que sofre e as suas familias sao esvaziadas da sua subjetividade e transmutadas em medicacao e agentes de mercado.

Para uma abordagem reticular do cuidado em saúde

Discourses on health care are increasingly dominated by a managerial language, which emphasizes the organizational realms associated with the “health system”. The impacts of neoliberal globalization are thus felt in different ways: in the retraction of public policies, in the expansion of the homo economicus ideal to all social and political spheres, in obscuring subjectivities, interactions and forms of resistance. Thus, it becomes pertinent to find problematizing approaches that reveal the complex nature of stakeholders and flows that sustain health care. The paper by Breno Fontes underscores the relevance of the “network paradigm” to respond to this challenge. I would add the contribution of another approach that of “care paradigm.” The “care paradigm” option implies recognizing that care is cross-cutting in the life and routine of all people, and not only the sick. Several challenges arise when we make this choice: recognizing our vulnerability throughout the life cycle; recognizing that the cared also take care; paying attention to life details; setting up a different language that transcends the traditional biomedicine and welfare models, which compartmentalize the needs and objectify the subjects. The conjugation of this approach with a reticular perspective evidences several heuristic potentialities: it allows us to look simultaneously at the form and content of social relationships; it allows us to place the subject at center-stage, adopting integrality as a guiding principle; it allows us to question concepts such as “governance”, revealing the complex articulations between stakeholders, between public and private, and between State, market and civil society.

Los Hilos Tejidos por la Enfermedad: El Análisis de Redes Sociales en el Cuidado de la Enfermedad Mental

Este artigo pretende mostrar a importância de uma analise das redes sociais para compreender as trajetorias sociais e clinicas das pessoas com doencamental e conhecer as potencialidades e constrangimentos de ditas redes para a prestacao de cuidados num contexto de desinstitucionalizacao da doenca mental. Com base nas historias de vida de vinte pessoas com doenca mental e de sete estudos de caso realizados no interior desse grupo emPortugal, identificam-se os nos e os lacos das suas redes sociais, mapeando-se atores e tipos de apoio disponiveis. O artigo revela a vitalidade e a capacidade de resposta da rede familiar, mas mostra tambem as dificuldades materiais e emocionais enfrentadas, as fragilidades do apoio prestado pela familia e as limitacoes a autonomia e inclusao social das pessoas com doenca mental.

How Disease Weaves Webs: An Analysis of Social Networks in Mental Illness Care

Este artigo pretende mostrar a importância de uma analise das redes sociais para compreender as trajetorias sociais e clinicas das pessoas com doencamental e conhecer as potencialidades e constrangimentos de ditas redes para a prestacao de cuidados num contexto de desinstitucionalizacao da doenca mental. Com base nas historias de vida de vinte pessoas com doenca mental e de sete estudos de caso realizados no interior desse grupo emPortugal, identificam-se os nos e os lacos das suas redes sociais, mapeando-se atores e tipos de apoio disponiveis. O artigo revela a vitalidade e a capacidade de resposta da rede familiar, mas mostra tambem as dificuldades materiais e emocionais enfrentadas, as fragilidades do apoio prestado pela familia e as limitacoes a autonomia e inclusao social das pessoas com doenca mental.