A hipótese do mercado eficiente (HME), um conceito central na economia financeira, argumenta que todas as informações disponíveis já estão refletidas nos preços dos ativos, tornando impossível "superar o mercado" consistentemente após o ajuste de risco. As raízes da teoria podem ser rastreadas até vários pioneiros, mas o trabalho de Eugene Fama foi particularmente influente. Seu artigo de revisão publicado em 1970 forneceu uma análise aprofundada de pesquisas teóricas e empíricas, o que colocou a EMH em evidência na atenção pública. Nesse contexto, Bachelier deve ser considerado o verdadeiro fundador dessa teoria?
A hipótese do mercado eficiente afirma que os preços de mercado só podem responder a novas informações, de modo que os investidores profissionais não conseguem superar o mercado de forma consistente.
O contexto teórico da EMH é baseado no teorema fundamental da precificação de ativos, que prevê que os preços das ações são iguais ao valor descontado dos preços futuros e dividendos. Com base nisso, o mercado de ações parece operar de uma forma que reconhece como as informações afetam os preços. Entretanto, com o tempo, especialmente após a década de 1980, muitos estudos começaram a levantar objeções à eficiência do mercado, especialmente no que diz respeito à previsibilidade dos retornos das ações.
Nas décadas de 1950 e 1960, uma pesquisa de Alfred Cowles mostrou que os investidores profissionais geralmente não conseguiam superar o mercado. Com a introdução do EMH, muitos pesquisadores começaram a examinar dados financeiros dos últimos anos para explorar as características comportamentais do mercado. O artigo de Bachelier de 1900 "The Theory of Speculation" é considerado um dos pilares dessa teoria. No artigo, ele mencionou que "eventos passados, presentes e até mesmo futuros descontados são refletidos nos preços de mercado."
O trabalho de Bachelier não foi levado a sério até o final da década de 1950, quando foi redescoberto e sua influência na matemática financeira começou a crescer.
Fama, por meio de sua tese de doutorado e pesquisas subsequentes na década de 1960, fortaleceu a definição de eficiência superficial e mostrou que até mesmo informações públicas podem ser usadas pelos participantes do mercado. Sua pesquisa abrange três especificações de teste: eficiência de "forma fraca", "forma semiforte" e "forma forte". Essas categorias proporcionaram uma compreensão mais sistemática, mas também geraram muitas críticas, principalmente de economistas comportamentais.
Economistas comportamentais apontam que falhas nos mercados financeiros geralmente decorrem de vieses cognitivos humanos e erros comportamentais, e esses erros acumulados os levam a tomar decisões de investimento irracionais.
Nas últimas décadas, estudos de Dreman e Berry mostraram que mesmo ações com P/L baixo têm retornos maiores do que a média do mercado, questionando a validade do Modelo de Precificação de Ativos de Capital (CAPM). Pesquisas subsequentes gradualmente tenderam a se concentrar em modelos de fatores de risco, como o modelo de três fatores de Fama-French, que visa explicar anomalias de mercado.
Muitos investidores importantes, especialmente figuras como Warren Buffett, desafiaram abertamente a EMH. Buffett enfatiza o investimento em valor em sua estratégia de investimento, que é uma expressão de confiança nas flutuações de mercado de curto prazo. Ele argumenta que seguir cegamente o mercado pode levar os investidores a sofrer perdas e questiona a eficácia do mercado, argumentando que investidores bem-sucedidos no longo prazo não dependem apenas da sorte.
Em seu discurso de 1984, Buffett disse: "A teoria padrão do mercado não pode explicar a existência de investidores que obtêm grandes lucros a longo prazo."
Pesquisas atuais continuam a explorar a conexão entre eficiência de mercado e psicologia comportamental, revelando como os vieses comportamentais dos participantes do mercado afetam a formação de preços de ativos. Muitos acadêmicos começaram a se concentrar no conceito de "liquidez", acreditando que ele é crucial para capturar a "ineficiência" do mercado. No entanto, testar essa interpretação com base apenas em dados muitas vezes enfrenta problemas com suposições comuns, o que nos leva a um desafio fundamental: os mercados são realmente eficientes?
Com o surgimento da tecnologia de inteligência artificial, muitos acadêmicos começaram a repensar a aplicabilidade da EMH, acreditando que os futuros participantes do mercado se tornarão mais eficientes. Esta discussão sobre eficiência de mercado está longe de terminar, e talvez devêssemos pensar: Existe uma teoria mais flexível para entender a relação entre a complexidade dos mercados financeiros e o comportamento humano?