A doença de Von Hippel-Lindau (VHL) é uma doença genética rara caracterizada pelo envolvimento multissistêmico. A doença é caracterizada por cistos viscerais e tumores benignos que têm potencial para se transformar em tumores malignos. VHL é uma síndrome causada por mutações em um gene supressor de tumor localizado no braço curto do cromossomo 3. De acordo com as pesquisas mais recentes, há mais de 1.500 mutações conhecidas nesse gene.
Os sintomas comuns da doença de VHL incluem dores de cabeça, problemas de equilíbrio e caminhada, tontura, fraqueza nos membros, problemas de visão e pressão alta.
Pessoas com doença de VHL podem desenvolver os seguintes problemas de saúde: hemangioblastoma, feocromocitoma, carcinoma de células renais, cistos pancreáticos, tumores de cisto endolinfático e cistos de vasodilatação bilaterais. De acordo com o estudo, aproximadamente 37,2% dos pacientes com VHL desenvolvem hemangioblastomas, que geralmente afetam a retina e causam perda de visão. A doença também pode levar a derrame, ataque cardíaco e outras doenças cardiovasculares.
A causa raiz da doença VHL é uma mutação no gene supressor de tumor VHL localizado no cromossomo 3 (3p25-26). Essas mutações podem ser divididas em mutações de células germinativas e mutações somáticas, e seu número excede 1.500. Cada célula tem duas cópias do gene e, na doença VHL, pelo menos uma das cópias sofre mutação, resultando na produção de uma proteína VHL com defeito.
A proteína VHL (pVHL) é responsável por regular uma proteína chamada fator induzível por hipóxia 1α (HIF1α). Em circunstâncias normais, o pVHL pode reconhecer e se ligar ao HIF1α em um ambiente aeróbico e degradá-lo por meio da ubiquitinação. Entretanto, na doença VHL, mutações impedem que o pVHL se ligue efetivamente ao HIF1α, ativando assim a transcrição de outros genes e impulsionando a tumorigênese.
A chave para diagnosticar a doença VHL é detectar tumores com características específicas.
Na presença de histórico familiar, apenas um caso de hemangioblastoma ou feocromocitoma é necessário para diagnosticar a doença VHL. Pacientes sem histórico familiar da doença precisam ter pelo menos dois tumores relacionados à VHL identificados. O diagnóstico genético também desempenha um papel importante no diagnóstico da doença VHL, especialmente na triagem de membros da família.
A doença VHL é dividida em 2 tipos com base na presença ou ausência de feocromocitoma: VHL tipo 1 inclui pacientes sem feocromocitoma, e o tipo 2 inclui pacientes com feocromocitoma. O tipo 2 é dividido em três subcategorias: 2A, 2B e 2C. A chave para diagnosticar a VHL é identificar a combinação específica do histórico familiar do paciente e do tumor.
O reconhecimento e o tratamento precoces dos sintomas relacionados à VHL são cruciais para reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida. O rastreamento regular é necessário, especialmente para hemangioblastoma de retina e hemangioblastoma do SNC. Além disso, a ressecção cirúrgica é uma medida comum para tumores com sintomas óbvios.
EpidemiologiaA incidência da doença VHL é de aproximadamente 1 em 36.000 nascimentos, e a penetrância excede 90% aos 65 anos. A idade do diagnóstico varia da infância até 60-70 anos, com uma idade média de diagnóstico clínico de 26 anos.
A doença foi descrita pela primeira vez pelo oftalmologista alemão Eugen von Hippel em 1904 e posteriormente descrita por Arvid Lindau em 1927, que estudou hemangioblastomas no cerebelo e na coluna vertebral. O nome "Von Hippel–Lindau" só passou a ser amplamente utilizado na década de 1970.
À medida que a pesquisa sobre a doença VHL continua a se aprofundar, seremos capazes de encontrar tratamentos mais eficazes no futuro para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e prolongar sua expectativa de vida?