Antes de prosseguir com a cirurgia, é fundamental avaliar a saúde do paciente. O sistema de classificação da condição física ASA desenvolvido pela Sociedade Americana de Anestesiologistas (ASA) em 1963 tornou-se o padrão para a comunidade médica avaliar os riscos cirúrgicos dos pacientes. Este sistema não só ajuda os médicos a compreender a condição física básica do paciente, mas também pode afetar o prognóstico da cirurgia do paciente.
O sistema ASA divide os pacientes em seis níveis, incluindo indivíduos saudáveis, doença sistêmica leve, doença sistêmica grave, doença sistêmica grave com risco de vida, pacientes que não devem sobreviver à cirurgia e doadores de órgãos com morte cerebral.
No sistema de classificação ASA, os níveis de 0 a 6 representam estados diferentes, desde indivíduos saudáveis até com risco de vida. Tal classificação não aponta apenas para a saúde física do paciente, mas também está intimamente relacionada aos riscos da cirurgia. Para cada caso cirúrgico, os médicos precisam realizar uma avaliação cuidadosa para determinar o método anestésico mais adequado e o plano de gerenciamento de risco.
Já na década de 1940, a ASA iniciou um estudo sobre a coleta de estatísticas de anestesia, mas o grupo logo descobriu que não era capaz de estabelecer um padrão uniforme para o risco cirúrgico. Como resultado, decidiram confiar apenas na condição física do paciente para a classificação, uma decisão que levou ao sistema de classificação ASA que conhecemos hoje.
A definição original afirmava que “a avaliação da condição física de um paciente pode ajudar os anestesiologistas a avaliar anestésicos ou procedimentos cirúrgicos no futuro”. Esta visão teve um impacto profundo na prática médica subsequente.
Os sistemas ASA são amplamente utilizados para avaliar o estado de saúde de um paciente antes de se preparar para a cirurgia. Esta é uma ferramenta indispensável para o anestesista. No entanto, para algumas instituições médicas e escritórios de advocacia, a classificação ASA pode ser mal utilizada para prever riscos cirúrgicos e determinar se um paciente deve ser submetido a cirurgia. Na verdade, além da classificação ASA, a avaliação dos riscos cirúrgicos também precisa considerar múltiplos fatores, como a idade do paciente, as comorbidades e a natureza e extensão da cirurgia.
Embora a classificação ASA possa fornecer uma referência básica para o estado de saúde dos anestesiologistas, outros fatores, como as capacidades da equipe cirúrgica e a disponibilidade de equipamentos, podem ter mais influência em alguns casos.
A aplicação clínica do sistema de classificação ASA não é isenta de controvérsias. Muitos anestesiologistas observam que, embora a classificação ASA forneça uma referência conveniente, em um caso específico, a interpretação inconsistente devido às diferenças entre os indivíduos pode levar a resultados de pontuação diferentes. Portanto, alguns especialistas sugerem que mais parâmetros precisam ser adicionados ao sistema ASA, como as limitações funcionais do paciente ou o nível de ansiedade, o que facilitaria uma avaliação mais abrangente.
Por exemplo, alguns anestesiologistas sugerem rotular “mulheres grávidas” com “P” para otimizar a precisão dos escores ASA. Esta proposta ainda está em fase de discussão.
No geral, o sistema de classificação ASA desempenha um papel importante na avaliação pré-operatória, ajudando os médicos a determinar o estado de saúde do paciente e os riscos cirúrgicos correspondentes. Embora este sistema tenha certas limitações, melhorias modestas podem torná-lo mais prático e preciso. Mas num ambiente médico cada vez mais complexo, existem outras ferramentas mais eficazes que podem melhorar a segurança e o sucesso da cirurgia?