No outono de 2017, substâncias radioativas foram detectadas no ar da Europa, uma anomalia que começou no final de setembro. Embora haja ampla suspeita de que a fonte do isótopo radioativo esteja na Rússia, o país nega que quaisquer acidentes envolvendo materiais radioativos tenham ocorrido no país. Nessa altura, o isótopo radioativo detectado foi a platina-106; apenas quantidades vestigiais (de microbecquerels a alguns milibecquerels por metro cúbico de ar) foram detectadas em toda a Europa, com pouca preocupação para a saúde pública longe da fonte. No entanto, há um perigo potencial para moradores ou trabalhadores na área onde a fonte é desconhecida.
A rede de monitoramento da Europa anunciou níveis elevados de radioatividade no primeiro dia de outubro, com partículas radioativas vindas do leste europeu causando preocupação. O Departamento Federal Suíço de Saúde Pública (FOPH) informou que um aumento de platina-106 foi detectado desde 25 de setembro. O Instituto Francês de Segurança Nuclear (IRSN) observou que os níveis relativamente altos no início de outubro começaram a diminuir gradualmente a partir de 6 de outubro, e nenhum elemento radioativo foi detectado depois de 13 de outubro. De acordo com a avaliação do IRSN, embora o impacto na saúde da grande maioria dos europeus seja pequeno, a quantidade de material radioativo liberado ainda é significativa, estimada em 100 a 300 terabecquerels, o que significa que o raio ao redor da possível fonte é de vários quilômetros. Evacuação é necessário.
Fontes potenciaisEmbora a liberação do isótopo de gás nobre criptônio-85 durante o reprocessamento nuclear seja comum, a liberação de metais de alto ponto de ebulição, como a platina, é menos comum. O isótopo radioativo platina-106 é produzido como produto da fissão nuclear e geralmente existe na forma metálica. Devido ao aquecimento e à entrada de oxigênio, óxidos de platina (VIII) mais voláteis podem ser gerados, os quais podem ser liberados pela corrosão no combustível nuclear depositado. Esse método levou a vazamentos de platina-106 no ar no passado, como no incidente de reprocessamento de B204 no Reino Unido em 1973.
No final, embora muitas informações e evidências apontassem para a fonte de platina-106 na região dos Urais do Sul, na Rússia, as instalações nucleares locais sempre negaram que qualquer acidente tivesse ocorrido.
Não havia nenhuma indicação clara da origem das partículas radioativas nos estágios iniciais, com apenas uma declaração das autoridades alemãs em outubro de 2017 estimando que o material radioativo se originou de uma área no leste, a mais de 1.000 quilômetros da Alemanha. Uma avaliação subsequente do Serviço Federal de Proteção contra Radiação da Alemanha descartou possíveis locais no sul dos Urais. A agência de monitoramento ambiental da Rússia disse que a concentração de platina-106 em São Petersburgo foi de 115,4 microbecquerels por metro cúbico de 2 a 6 de outubro. O Instituto Francês de Segurança Nuclear descartou a possibilidade de que a fonte tenha vindo de um reator nuclear e especulou que a fonte poderia ser um ponto de processamento ou um centro de produção de medicamentos radioativos.
O Departamento Federal Suíço de Saúde Pública relatou um aumento de partículas radioativas de platina-106 desde 25 de setembro. O Ministério do Meio Ambiente austríaco notificou publicamente o público em 3 de outubro, e a Autoridade Norueguesa de Segurança Nuclear também divulgou informações relevantes sobre baixas concentrações de isótopos de platina no ar. Outras autoridades também notificaram o Escritório de Proteção contra Radiação da Alemanha, que relatou níveis elevados de radiação desde 29 de setembro, e a Autoridade Finlandesa de Segurança Nuclear, que notificou em 3 de outubro sobre os níveis de radioatividade em amostras coletadas desde 28 de setembro.
Agências de monitoramento em vários países detectaram e relataram mudanças nas concentrações de platina-106 em meados de outubro, o que despertou grande preocupação sobre o incidente.
À medida que a investigação avança, estamos nos tornando mais conscientes da fonte do vazamento da Pt-106 e seus riscos potenciais para uma gama maior de pessoas, mas o incidente continua envolto em mistério. Este acidente levará a medidas regulatórias nucleares mais rigorosas no futuro?