Na área médica, o modelo biomédico sempre dominou o diagnóstico e o tratamento de doenças. Este modelo se concentra em fatores biológicos e vê a doença como produto de anormalidades físicas. No entanto, à medida que a compreensão das pessoas sobre saúde se aprofunda, as limitações do modelo biomédico estão gradualmente se tornando aparentes.
O modelo biomédico ignora fatores psicológicos e sociais, que são essenciais para compreender completamente o impacto da doença.
Com a ascensão do modelo biopsicossocial, mais e mais pesquisas mostram que a saúde e a doença não podem ser explicadas puramente pela biologia. Segundo esse modelo, o estado de saúde é o resultado da interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Essa ideia foi proposta pela primeira vez por George Engel em 1977, que pretendia desafiar o modelo biomédico e enfatizar os desafios psicológicos e sociais enfrentados por pacientes individuais.
"A doença e a saúde são o resultado de uma interação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais."
No modelo de Engel, fatores psicológicos e o ambiente social são considerados como tendo um impacto significativo no desenvolvimento da doença. Por exemplo, status socioeconômico, origem cultural, sistema de apoio social, etc. podem afetar o estado de saúde de um indivíduo. Modelos médicos anteriores que se concentravam em sintomas e fatores fisiológicos podem não ter conseguido capturar essas influências importantes.
Embora o modelo biomédico tenha ganhado influência considerável na prática médica no século XIX e no início do século XX, suas falhas se tornaram cada vez mais aparentes. Especialmente depois de vivenciar guerras e epidemias globais, a compreensão da doença mental se aprofundou gradualmente, e o modelo biopsicossocial é um produto desse contexto. O trabalho de Engel, especialmente sua aplicação na psiquiatria, promoveu a formação do conceito de cuidado holístico na medicina.
Ele observou que os históricos psicológicos e emocionais dos pacientes e as interações sociais também influenciam os resultados médicos. Essa perspectiva promoveu o diálogo cruzado entre psicologia e medicina e impulsionou a tendência de examinar as necessidades holísticas dos pacientes na prática médica e de enfermagem.
A diferença fundamental entre os modelos biomédico e biopsicossocial é que o primeiro enfatiza a base biológica da doença, enquanto o último leva em consideração fatores psicológicos e sociais. O modelo biomédico tende a ver a doença como uma anormalidade fisiológica isolada, enquanto o modelo biopsicossocial acredita que as condições de saúde são o resultado da interação de múltiplos fatores. Portanto, os métodos de tratamento são diferentes, pois o primeiro depende principalmente de intervenção médica, enquanto o último integra intervenções médicas, psicológicas e sociais para cuidar da saúde geral do paciente em múltiplas dimensões.
"Assim como o modelo biomédico se concentra em anormalidades físicas, o modelo biopsicossocial enfatiza a interação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais."
Atualmente, o modelo biopsicossocial ainda tem importante valor de aplicação na compreensão da saúde, psicologia e desenvolvimento. Ele orienta os médicos a integrar as condições físicas, mentais e sociais do paciente no processo de diagnóstico e tratamento, em vez de apenas os aspectos fisiológicos e médicos. Além disso, este modelo também fornece uma base teórica para a psicologia da saúde e a psicologia do desenvolvimento, e promove uma compreensão abrangente da saúde humana.
Por exemplo, muitos estudos mostraram que a percepção da dor é influenciada por múltiplos fatores, incluindo fatores psicológicos e apoio social. Isso mostra a aplicação potencial do modelo biopsicossocial na pesquisa clínica e no tratamento.
Embora o modelo biopsicossocial esteja ganhando popularidade, ele ainda tem alguns críticos. Alguns estudiosos acreditam que o modelo carece de consistência filosófica e tem dificuldade em lidar adequadamente com as experiências subjetivas dos pacientes. Essas críticas levaram a ajustes e melhorias no modelo, como a introdução do modelo de via biopsicossocial, em um esforço para entender as relações interativas entre esses fatores, ao mesmo tempo em que os divide e mede com precisão.
A mudança do modelo biomédico para o modelo biopsicossocial reflete o aprofundamento da compreensão humana da saúde. Precisamos nos concentrar não apenas na doença em si, mas também explorar o contexto psicológico e social por trás dela. Se saúde e bem-estar são definidos de forma tão ampla, como avaliamos e promovemos a saúde geral de um indivíduo?