Eosinófilos, um tipo importante de glóbulo branco, são frequentemente associados a reações alérgicas e infecções parasitárias. No entanto, à medida que a pandemia de COVID-19 se espalhava, os pesquisadores começaram a reavaliar o papel dessas células durante a infecção viral. Estudos recentes descobriram que uma diminuição de eosinófilos, ou eosinopenia, pode estar associada à gravidade da doença COVID-19, e os mecanismos subjacentes ainda estão sob investigação.
Eosinofilia é um possível achado laboratorial em pacientes com COVID-19 e está correlacionada com a gravidade da doença.
Eosinófilos são um tipo de granulócito, um membro da mesma família dos neutrófilos, basófilos e mastócitos, e são todos componentes do sistema imunológico inato. As principais funções dessas células são combater parasitas e regular respostas alérgicas, mas nos últimos anos mais pesquisas foram conduzidas para explorar seu papel em outras condições patológicas.
Existem diferenças na definição clínica de eosinofilia. A eosinofilia é geralmente considerada diagnosticada quando a contagem absoluta de eosinófilos é inferior a 50 células por microlitro de sangue. Essa condição é complicada de diagnosticar porque o número de eosinófilos no sangue já é baixo e pode mudar com o tempo.
As causas da eosinofilia podem estar relacionadas a uma variedade de condições patológicas, incluindo inflamação, sepse, liberação de catecolaminas endógenas e uso de corticosteroides. Esses fatores podem reduzir a produção de eosinófilos ou fazer com que eles sejam perdidos do sangue.
Eosinofilia na COVID-19Sabe-se que o uso de corticosteroides afeta vários componentes do sangue, incluindo a redução do número de eosinófilos.
Uma diminuição de eosinófilos é considerada um potencial indicador laboratorial em pacientes com COVID-19. Um estudo mostrou que 53% dos pacientes hospitalizados com COVID-19 apresentavam eosinofilia na admissão, e 81% das mortes relacionadas à COVID-19 apresentavam eosinofilia persistente durante o curso da doença.
Embora os eosinófilos sejam frequentemente associados a alergias e infecções parasitárias, novas pesquisas sugerem que eles também podem estar envolvidos em respostas imunes antivirais. Certos mecanismos imunológicos podem levar à diminuição de eosinófilos na infecção por COVID-19. Os pesquisadores especulam que isso pode ser devido ao movimento em larga escala de eosinófilos do sangue para os tecidos, juntamente com uma diminuição na capacidade da medula óssea de produzir ou liberar eosinófilos.
A eosinofilia persistente está associada a piores resultados clínicos em pacientes com sepse, incluindo aumento da mortalidade e maiores taxas de readmissão hospitalar. Entretanto, ainda não está claro se a falta de eosinófilos leva diretamente à dificuldade de eliminar a infecção ou simplesmente reflete uma desregulação do sistema imunológico. Embora a eosinofilia seja comum na sepse, sua utilidade como ferramenta diagnóstica em comparação com biomarcadores tradicionais, como procalcitonina e proteína C-reativa, permanece controversa.
ConclusãoNo contexto da COVID-19, existem outros fatores que podem ser melhores preditores do curso da doença do que a eosinofilia?
À medida que ganhamos mais conhecimento sobre a COVID-19 e a resposta imune, o papel dos eosinófilos ganha mais destaque. Embora ainda haja muita ignorância, uma diminuição de eosinófilos pode indicar gravidade da doença ou desregulação do sistema imunológico. Isso sugere que precisamos prestar mais atenção às alterações nos eosinófilos e ao possível significado fisiológico mais profundo por trás delas na prática clínica. À medida que novas pesquisas continuam sendo publicadas, talvez precisemos reconsiderar o papel potencial dessas células imunes nas respostas antivirais, especialmente em situações urgentes como a COVID-19. À medida que enfrentamos novas doenças como essas, você já se perguntou como uma diminuição de eosinófilos pode afetar nossa saúde no futuro?