No sistema imunológico humano, os eosinófilos são um tipo importante de glóbulos brancos. Quando o número dessas células cai abaixo do normal, o fenômeno é denominado eosinopenia. Esta condição pode estar associada a uma variedade de estados de doença ou alterações fisiológicas, causando intensa preocupação entre os profissionais médicos. Este artigo explorará as causas potenciais da diminuição da contagem de eosinófilos e seus possíveis efeitos na saúde.
Em geral, acredita-se que os eosinófilos desempenham um papel importante no combate a alergias e infecções parasitárias, mas o seu papel em outras patologias continua a ser estudado.
Na prática clínica, a definição de eosinofilia pode variar, mas geralmente é considerada hipopenia se o número de eosinófilos por microlitro de sangue for inferior a 50 células. Algumas instituições médicas definem 10 ou menos células como anormais, e alguns laboratórios até consideram 0 células como dentro da faixa normal. Diagnosticar a eosinofilia pode ser desafiador porque geralmente há um número baixo de eosinófilos no sangue e seus números podem mudar com o tempo.
A pesquisa mostrou que, ao contrário de outros granulócitos, o número de eosinófilos diminui após a liberação de substâncias endógenas de tirosina. Quando o corpo libera substâncias como a epinefrina, pode afetar a produção de eosinófilos na medula óssea, causando diminuição do número no sangue. Especificamente, a epinefrina parece afetar o número de eosinófilos através da via beta-adrenérgica.
Sabe-se que os esteróides afetam vários componentes do sangue, incluindo a redução do número de glóbulos brancos eosinofílicos. As razões para este efeito são multifatoriais: os esteróides estimulam estas células a deixar a corrente sanguínea e entrar nos tecidos, reduzindo o seu número no sangue. Além disso, os esteróides inibem a libertação de eosinófilos da medula óssea, e teoriza-se que a apoptose destas células no sangue também pode ser responsável pela redução do seu número.
Muitos medicamentos que têm como alvo os eosinófilos são usados para aliviar doenças mediadas por essas células. Esses medicamentos incluem mepolizumabe, reslizumabe e benralizumabe, que visam reduzir o número de eosinófilos a fim de melhorar os sintomas dos pacientes.
Os eosinófilos desempenham um papel indispensável no processo de inflamação e infecção, mas o mecanismo específico da sua redução permanece obscuro. Existe a opinião de que a diminuição dos eosinófilos pode ser uma manifestação de um distúrbio do sistema imunológico. Quando confrontado com um patógeno, o sistema imunológico normalmente desencadeia o que é chamado de “inflamação tipo 1”, que mobiliza células imunológicas especializadas para eliminar o patógeno. No entanto, isso, por sua vez, pode causar danos adicionais ao tecido hospedeiro, de modo que os eosinófilos podem ajudar a reparar o tecido danificado como parte da “inflamação tipo 2”.
A eosinofilia persistente pode estar associada a piores resultados clínicos na sepse, incluindo taxas mais altas de mortalidade e readmissões hospitalares.
As pesquisas mais recentes revelam que a eosinofilia também pode estar relacionada ao curso da COVID-19. Estudos demonstraram que entre os pacientes hospitalizados, 53% apresentavam eosinofilia e, em alguns casos de óbito, esse número chegou a 81%. Isto sugere que a diminuição dos eosinófilos pode estar relacionada com a gravidade da doença nos pacientes, mas não está claro se afeta diretamente o curso da doença.
A diminuição no número de eosinófilos pode ter muitas causas, incluindo substâncias endógenas, uso de esteróides e certos tratamentos medicamentosos. Este fenómeno pode não só estar associado a uma variedade de condições de saúde, mas também pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da sépsis e da COVID-19. Portanto, estudos futuros serão dedicados a descobrir os mecanismos específicos da eosinofilia e o seu impacto potencial em diversas doenças. Perante estes desafios, podemos encontrar formas mais eficazes de gerir e tratar a eosinofilia?