Maria Isabel Garcez Ghirardi
University of São Paulo
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Publication
Featured researches published by Maria Isabel Garcez Ghirardi.
Revista De Saude Publica | 2009
Selma Lancman; Maria Isabel Garcez Ghirardi; Eliane Dias de Castro; Tatiana Amodeo Tuacek
OBJECTIVE To describe forms of external and indirect violence that affect the mental health of workers of the Programa Saúde da Família (Family Health Program), as well as the strategies developed by these workers to enable their work and to be psychologically protected. METHODS Qualitative study on the Programa Saúde da Família work process, performed in the cities of São Paulo, Ribeirão Preto and Embu (Southeastern Brazil) in 2005. Theoretical approach of psychodynamics of work, which proposes the formation of reflection groups with workers, was employed. Subjective aspects of work, situations of psychological suffering and strategies used by workers to deal with suffering and continue to work were sought to be identified. RESULTS The Programs work organization exposed workers to the following: situations of violence, invisible at times; feeling of impotence in the face of precarious situations; lack of acknowledgement of efforts made; lack of borders between professional and personal aspects; intense experiences of social and domestic violence; fear of risk of exposure; feeling of moral and physical integrity being threatened; and fear of reprisal. Situations of psychological suffering resulting from violence in the workplace were observed. These became more intense in the Programa Saúde da Família due to regular contact with situations of violence that cause fear and a feeling of vulnerability. CONCLUSIONS Psychological repercussions caused by violence in the workplace, not always expressed in the form of psychological disorders, were observed in situations of intense suffering. Workers develop strategies to minimize suffering, protect themselves psychologically and continue to work; and seek to create solidarity and protection networks with the population, aiming to reduce vulnerability. With the experience gained, they learn to detect high-risk situations, avoiding those they believe to be threatening.OBJETIVO:Descrever formas de violencia externa e indireta que afetam a saude mental de trabalhadores de programa de saude da familia, bem como as estrategias desenvolvidas pelos trabalhadores para viabilizar seu trabalho e se proteger psicologicamente. METODOS: Estudo qualitativo do processo de trabalho no Programa Saude da Familia, realizado nos municipios de Sao Paulo, Ribeirao Preto e Embu (SP), em 2005. Foi utilizada a abordagem teorica da psicodinâmica do trabalho, que propoe a criacao de grupos de reflexao com os trabalhadores. Buscou-se identificar aspectos subjetivos do trabalho, situacoes de sofrimento psiquico e estrategias utilizadas pelos trabalhadores para lidar com o sofrimento e continuar a trabalhar. RESULTADOS: A organizacao do trabalho no Programa expos os trabalhadores a: situacoes de violencia, por vezes invisivel; sentimentos de impotencia frente as situacoes de precariedade; nao-reconhecimento dos esforcos realizados; falta de fronteiras entre aspectos profissionais e pessoais; convivio intenso com situacoes de violencia domestica e social; medo do risco de exposicao; sensacao de integridade moral e fisica ameacadas e temor de represalia. Foram observadas situacoes de sofrimento psiquico decorrente da violencia no trabalho, intensificados no Programa Saude da Familia pelo convivio cotidiano com situacoes de violencia que geram medo e sentimento de vulnerabilidade. CONCLUSOES: As repercussoes psicologicas geradas pela violencia no trabalho, nem sempre expressas sob a forma de transtornos psiquicos, foram observadas em situacoes de elevado sofrimento. Os trabalhadores desenvolvem estrategias para minimizar esse sofrimento, se protegem psiquicamente e continuam a trabalhar; buscam construir redes de solidariedade e de protecao com a populacao visando a diminuicao da vulnerabilidade. Aprendem, na experiencia acumulada, a detectar situacoes de risco evitando aquelas que acreditam serem ameacadoras.
Interface - Comunicação, Saúde, Educação | 2005
Maria Isabel Garcez Ghirardi; Samira Rodrigues Lopes; Denise Dias Barros; Débora Galvani
Este artigo pretende discutir a possibilidade de reverter a situacao de desfiliacao a que esta submetida a populacao das ruas dos grandes centros urbanos. Para tanto relata-se a intervencao feita por profissionais de terapia ocupacional que, a partir de uma intervencao que se constitui sob a perspectiva da saude, entendida como um estado de producao de vida, buscam incubar uma cooperativa de trabalho com moradores de rua. A intervencao, que se deu sob a forma de pesquisa-acao, permitiu que se elaborasse algumas reflexoes que podem contribuir para a discussao e para a acao de profissionais de diversas areas do conhecimento que estao comprometidos com o resgate da condicao de sujeitos e com a construcao de politicas publicas voltadas para a populacao de rua.601 Interface Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.18, p.601-10, set/dez 2005 Cair na rua e manter-se em pé Basta andar pelas ruas dos grandes centros urbanos, com um pouco de atenção, para constatar os efeitos deletérios do fim da sociedade salarial sobre a vida dos cidadãos (Castel, 2004). É notório o aumento da população de rua em cidades como São Paulo, por exemplo. Na última década, o empobrecimento progressivo da população contribuiu para esse aumento, ampliando o contingente social que vive em situação de miséria ou de inutilidade social (Castel, 2004). Segundo o censo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em outubro de 20035 , a atual população de rua na capital de São Paulo é constituída por 10.394 pessoas, das quais 80,3% são do sexo masculino. Isso representa um crescimento de 19,3% da população de rua, em relação ao censo realizado pela Fipe em 2000 quando esta população perfazia um total de 8.706 pessoas. De acordo com a Fipe, atualmente essa população é composta por 1% de sujeitos com idades entre 7 e 14 anos, 1% entre 15 e 17 anos, 8% entre 18 e 25 anos, 32% entre 26 e 40 anos; 35% entre 41 e 55 anos, 14% têm 56 anos ou mais e 9% das pessoas não têm os dados acessíveis. Cair na rua é a expressão usada por essa população para simbolizar a ruptura que a leva às ruas e que a torna invisível, aos olhos de quem transita pelos grandes centros urbanos. Cair na rua tem sido a única alternativa de sobrevivência de pessoas que perderam o Maria Isabel Garcez Ghirardi 1
Revista De Saude Publica | 2009
Selma Lancman; Maria Isabel Garcez Ghirardi; Eliane Dias de Castro; Tatiana Amodeo Tuacek
OBJECTIVE To describe forms of external and indirect violence that affect the mental health of workers of the Programa Saúde da Família (Family Health Program), as well as the strategies developed by these workers to enable their work and to be psychologically protected. METHODS Qualitative study on the Programa Saúde da Família work process, performed in the cities of São Paulo, Ribeirão Preto and Embu (Southeastern Brazil) in 2005. Theoretical approach of psychodynamics of work, which proposes the formation of reflection groups with workers, was employed. Subjective aspects of work, situations of psychological suffering and strategies used by workers to deal with suffering and continue to work were sought to be identified. RESULTS The Programs work organization exposed workers to the following: situations of violence, invisible at times; feeling of impotence in the face of precarious situations; lack of acknowledgement of efforts made; lack of borders between professional and personal aspects; intense experiences of social and domestic violence; fear of risk of exposure; feeling of moral and physical integrity being threatened; and fear of reprisal. Situations of psychological suffering resulting from violence in the workplace were observed. These became more intense in the Programa Saúde da Família due to regular contact with situations of violence that cause fear and a feeling of vulnerability. CONCLUSIONS Psychological repercussions caused by violence in the workplace, not always expressed in the form of psychological disorders, were observed in situations of intense suffering. Workers develop strategies to minimize suffering, protect themselves psychologically and continue to work; and seek to create solidarity and protection networks with the population, aiming to reduce vulnerability. With the experience gained, they learn to detect high-risk situations, avoiding those they believe to be threatening.OBJETIVO:Descrever formas de violencia externa e indireta que afetam a saude mental de trabalhadores de programa de saude da familia, bem como as estrategias desenvolvidas pelos trabalhadores para viabilizar seu trabalho e se proteger psicologicamente. METODOS: Estudo qualitativo do processo de trabalho no Programa Saude da Familia, realizado nos municipios de Sao Paulo, Ribeirao Preto e Embu (SP), em 2005. Foi utilizada a abordagem teorica da psicodinâmica do trabalho, que propoe a criacao de grupos de reflexao com os trabalhadores. Buscou-se identificar aspectos subjetivos do trabalho, situacoes de sofrimento psiquico e estrategias utilizadas pelos trabalhadores para lidar com o sofrimento e continuar a trabalhar. RESULTADOS: A organizacao do trabalho no Programa expos os trabalhadores a: situacoes de violencia, por vezes invisivel; sentimentos de impotencia frente as situacoes de precariedade; nao-reconhecimento dos esforcos realizados; falta de fronteiras entre aspectos profissionais e pessoais; convivio intenso com situacoes de violencia domestica e social; medo do risco de exposicao; sensacao de integridade moral e fisica ameacadas e temor de represalia. Foram observadas situacoes de sofrimento psiquico decorrente da violencia no trabalho, intensificados no Programa Saude da Familia pelo convivio cotidiano com situacoes de violencia que geram medo e sentimento de vulnerabilidade. CONCLUSOES: As repercussoes psicologicas geradas pela violencia no trabalho, nem sempre expressas sob a forma de transtornos psiquicos, foram observadas em situacoes de elevado sofrimento. Os trabalhadores desenvolvem estrategias para minimizar esse sofrimento, se protegem psiquicamente e continuam a trabalhar; buscam construir redes de solidariedade e de protecao com a populacao visando a diminuicao da vulnerabilidade. Aprendem, na experiencia acumulada, a detectar situacoes de risco evitando aquelas que acreditam serem ameacadoras.
Interface - Comunicação, Saúde, Educação | 2005
Maria Isabel Garcez Ghirardi; Samira Rodrigues Lopes; Denise Dias Barros; Débora Galvani
Este artigo pretende discutir a possibilidade de reverter a situacao de desfiliacao a que esta submetida a populacao das ruas dos grandes centros urbanos. Para tanto relata-se a intervencao feita por profissionais de terapia ocupacional que, a partir de uma intervencao que se constitui sob a perspectiva da saude, entendida como um estado de producao de vida, buscam incubar uma cooperativa de trabalho com moradores de rua. A intervencao, que se deu sob a forma de pesquisa-acao, permitiu que se elaborasse algumas reflexoes que podem contribuir para a discussao e para a acao de profissionais de diversas areas do conhecimento que estao comprometidos com o resgate da condicao de sujeitos e com a construcao de politicas publicas voltadas para a populacao de rua.601 Interface Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.18, p.601-10, set/dez 2005 Cair na rua e manter-se em pé Basta andar pelas ruas dos grandes centros urbanos, com um pouco de atenção, para constatar os efeitos deletérios do fim da sociedade salarial sobre a vida dos cidadãos (Castel, 2004). É notório o aumento da população de rua em cidades como São Paulo, por exemplo. Na última década, o empobrecimento progressivo da população contribuiu para esse aumento, ampliando o contingente social que vive em situação de miséria ou de inutilidade social (Castel, 2004). Segundo o censo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em outubro de 20035 , a atual população de rua na capital de São Paulo é constituída por 10.394 pessoas, das quais 80,3% são do sexo masculino. Isso representa um crescimento de 19,3% da população de rua, em relação ao censo realizado pela Fipe em 2000 quando esta população perfazia um total de 8.706 pessoas. De acordo com a Fipe, atualmente essa população é composta por 1% de sujeitos com idades entre 7 e 14 anos, 1% entre 15 e 17 anos, 8% entre 18 e 25 anos, 32% entre 26 e 40 anos; 35% entre 41 e 55 anos, 14% têm 56 anos ou mais e 9% das pessoas não têm os dados acessíveis. Cair na rua é a expressão usada por essa população para simbolizar a ruptura que a leva às ruas e que a torna invisível, aos olhos de quem transita pelos grandes centros urbanos. Cair na rua tem sido a única alternativa de sobrevivência de pessoas que perderam o Maria Isabel Garcez Ghirardi 1
Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar | 2013
Eliane Dias de Castro; Gisele Dozono Asanuma; Naiada Dubard Barbosa; Maria Isabel Garcez Ghirardi
Este artigo apresenta um relato de experiencia em Terapia Ocupacional, o PACTO Trabalho, que durante 6 anos de existencia objetivou propor um modo possivel de geracao de renda, discutindo coletivamente questoes relativas ao trabalho junto aos participantes em situacao de vulnerabilidade social associada a questoes de saude mental. O metodo do work in progress ? emprestado do campo das artes ? foi utilizado para desenvolver, operar e construir coletivamente esta intervencao, pautado pelas demandas individuais, mas voltado para a construcao de um dispositivo coletivo. Considerando a centralidade do trabalho na constituicao subjetiva e da vida social, foram desenvolvidas acoes e parcerias, sendo centrais as articulacoes com diversas redes ligadas diretamente a projetos de geracao de renda, redes de suporte social, de saude, de transporte, de acao juridica. A complexidade das historias de vida dos participantes, marcadas por fragilidades, necessitou sustentacoes multiplas.(AU) This article presents the experience of an Occupational Therapy group, the ?Pacto Trabalho?. For six years, the objective of this group has been to propose possible ways of generating income, by collectively discussing issues related to work together with the participants in a socially vulnerable situation associated to mental health problems. The work-in-progress method, borrowed from the of the arts, was used to collectively develop, operate and construct these interventions based on individual demands, but oriented towards the construction of a collective device. Considering that work is a core issue in the subjective constitution and social life, actions were taken and partnerships were made, mainly through the articulation with several networks directly linked to projects of income generation, and social, health, transportation and legal action support networks. The complexity of the participants? lives, marked by fragilities, required multiple supports.(AU)
Revista De Saude Publica | 2009
Selma Lancman; Maria Isabel Garcez Ghirardi; Eliane Dias de Castro; Tatiana Amodeo Tuacek
OBJECTIVE To describe forms of external and indirect violence that affect the mental health of workers of the Programa Saúde da Família (Family Health Program), as well as the strategies developed by these workers to enable their work and to be psychologically protected. METHODS Qualitative study on the Programa Saúde da Família work process, performed in the cities of São Paulo, Ribeirão Preto and Embu (Southeastern Brazil) in 2005. Theoretical approach of psychodynamics of work, which proposes the formation of reflection groups with workers, was employed. Subjective aspects of work, situations of psychological suffering and strategies used by workers to deal with suffering and continue to work were sought to be identified. RESULTS The Programs work organization exposed workers to the following: situations of violence, invisible at times; feeling of impotence in the face of precarious situations; lack of acknowledgement of efforts made; lack of borders between professional and personal aspects; intense experiences of social and domestic violence; fear of risk of exposure; feeling of moral and physical integrity being threatened; and fear of reprisal. Situations of psychological suffering resulting from violence in the workplace were observed. These became more intense in the Programa Saúde da Família due to regular contact with situations of violence that cause fear and a feeling of vulnerability. CONCLUSIONS Psychological repercussions caused by violence in the workplace, not always expressed in the form of psychological disorders, were observed in situations of intense suffering. Workers develop strategies to minimize suffering, protect themselves psychologically and continue to work; and seek to create solidarity and protection networks with the population, aiming to reduce vulnerability. With the experience gained, they learn to detect high-risk situations, avoiding those they believe to be threatening.OBJETIVO:Descrever formas de violencia externa e indireta que afetam a saude mental de trabalhadores de programa de saude da familia, bem como as estrategias desenvolvidas pelos trabalhadores para viabilizar seu trabalho e se proteger psicologicamente. METODOS: Estudo qualitativo do processo de trabalho no Programa Saude da Familia, realizado nos municipios de Sao Paulo, Ribeirao Preto e Embu (SP), em 2005. Foi utilizada a abordagem teorica da psicodinâmica do trabalho, que propoe a criacao de grupos de reflexao com os trabalhadores. Buscou-se identificar aspectos subjetivos do trabalho, situacoes de sofrimento psiquico e estrategias utilizadas pelos trabalhadores para lidar com o sofrimento e continuar a trabalhar. RESULTADOS: A organizacao do trabalho no Programa expos os trabalhadores a: situacoes de violencia, por vezes invisivel; sentimentos de impotencia frente as situacoes de precariedade; nao-reconhecimento dos esforcos realizados; falta de fronteiras entre aspectos profissionais e pessoais; convivio intenso com situacoes de violencia domestica e social; medo do risco de exposicao; sensacao de integridade moral e fisica ameacadas e temor de represalia. Foram observadas situacoes de sofrimento psiquico decorrente da violencia no trabalho, intensificados no Programa Saude da Familia pelo convivio cotidiano com situacoes de violencia que geram medo e sentimento de vulnerabilidade. CONCLUSOES: As repercussoes psicologicas geradas pela violencia no trabalho, nem sempre expressas sob a forma de transtornos psiquicos, foram observadas em situacoes de elevado sofrimento. Os trabalhadores desenvolvem estrategias para minimizar esse sofrimento, se protegem psiquicamente e continuam a trabalhar; buscam construir redes de solidariedade e de protecao com a populacao visando a diminuicao da vulnerabilidade. Aprendem, na experiencia acumulada, a detectar situacoes de risco evitando aquelas que acreditam serem ameacadoras.
Interface - Comunicação, Saúde, Educação | 2005
Maria Isabel Garcez Ghirardi; Samira Rodrigues Lopes; Denise Dias Barros; Débora Galvani
Este artigo pretende discutir a possibilidade de reverter a situacao de desfiliacao a que esta submetida a populacao das ruas dos grandes centros urbanos. Para tanto relata-se a intervencao feita por profissionais de terapia ocupacional que, a partir de uma intervencao que se constitui sob a perspectiva da saude, entendida como um estado de producao de vida, buscam incubar uma cooperativa de trabalho com moradores de rua. A intervencao, que se deu sob a forma de pesquisa-acao, permitiu que se elaborasse algumas reflexoes que podem contribuir para a discussao e para a acao de profissionais de diversas areas do conhecimento que estao comprometidos com o resgate da condicao de sujeitos e com a construcao de politicas publicas voltadas para a populacao de rua.601 Interface Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.18, p.601-10, set/dez 2005 Cair na rua e manter-se em pé Basta andar pelas ruas dos grandes centros urbanos, com um pouco de atenção, para constatar os efeitos deletérios do fim da sociedade salarial sobre a vida dos cidadãos (Castel, 2004). É notório o aumento da população de rua em cidades como São Paulo, por exemplo. Na última década, o empobrecimento progressivo da população contribuiu para esse aumento, ampliando o contingente social que vive em situação de miséria ou de inutilidade social (Castel, 2004). Segundo o censo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em outubro de 20035 , a atual população de rua na capital de São Paulo é constituída por 10.394 pessoas, das quais 80,3% são do sexo masculino. Isso representa um crescimento de 19,3% da população de rua, em relação ao censo realizado pela Fipe em 2000 quando esta população perfazia um total de 8.706 pessoas. De acordo com a Fipe, atualmente essa população é composta por 1% de sujeitos com idades entre 7 e 14 anos, 1% entre 15 e 17 anos, 8% entre 18 e 25 anos, 32% entre 26 e 40 anos; 35% entre 41 e 55 anos, 14% têm 56 anos ou mais e 9% das pessoas não têm os dados acessíveis. Cair na rua é a expressão usada por essa população para simbolizar a ruptura que a leva às ruas e que a torna invisível, aos olhos de quem transita pelos grandes centros urbanos. Cair na rua tem sido a única alternativa de sobrevivência de pessoas que perderam o Maria Isabel Garcez Ghirardi 1
Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo | 2002
Denise Dias Barros; Maria Isabel Garcez Ghirardi; Roseli Esquerdo Lopes
Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo | 2002
Selma Lancman; Maria Isabel Garcez Ghirardi
Rev. ter. ocup | 1999
Denise Dias Barros; Maria Isabel Garcez Ghirardi; Roseli Esquerdo Lopes